ALFABETIZAÇÃO

IDEIAS PARA ALFABETIZAR

VAMOS VER NOVAS IDEIAS PARA A ALFABETIZAÇÃO? QUE TAL CRIAR UM ESPAÇO DE PESQUISA PARA QUE OS ALUNOS POSSAM UTILIZAR PARA CRIAR FRASES, E ASSIM ENTENDER A ESTRUTURA DE UM TEXTO.
TUDO ISSO PODE E DEVE SER FEITO AINDA NO 1o ANO. MONTE COM A SUA TURMA CARTAZES INDICANDO CORES, AÇÕES E CARACTERÍSTICAS. A PARTIR DAÍ, CRIE COM ELES FRASES UTILIZANDO AS PALAVRAS QUE ELES PRÓPRIOS TROUXERAM.
O ALUNO ESCOLHE A COR DO OBJETO DO QUAL QUER FALAR. EM OUTRO DIA, ELE ESCOLHE UMA CARACTERÍSTICA; E EM OUTRO, UMA AÇÃO. E ASSIM, VOCÊ PODE IR AMPLIANDO AS FRASES. COM O TEMPO, SEUS ALUNOS ESTARÃO CRIANDO FRASES SOZINHOS, SEM MESMO PRECISAR DE APOIO VISUAL.

PRIMEIRO, TRABALHAMOS OS ARTIGOS DEFINIDOS (FEMININO E MASCULINO). O ALUNO IDENTIFICA QUAL ARTIGO "COMBINA" COM A PALAVRA QUE ELE ESCOLHEU: O GATO, A BOLA...


AÍ ENTÃO, CONHECEMOS OS NOMES DAS CORES. FIZEMOS UMA LISTA DE CORES.

AGORA, CRIAMOS NOSSA PRIMEIRA FRASE (LEMBRANDO QUE OS ALUNOS NÃO LEEM AINDA). CADA UM DEVE ESCOLHER UMA FIGURA DO ALFABETÁRIO E COLOCAR O ARTIGO QUE COMBINA. DEPOIS ESCOLHE UMA COR PARA A FIGURA ESCOLHIDA:
 "A BOLA É AZUL."

AÍ ESTÁ UM MODELO!


A PARTIR DE AGORA, MONTAMOS UM NOVO PAINEL: O DAS CARACTERÍSTICAS ( TODAS AS FIGURAS SÃO TRAZIDAS PELOS ALUNOS, E ESCRITAS PELA PROFESSORA COM A AJUDA DELES). VOCÊ AGORA, PODE PEDIR QUE CRIEM FRASES USANDO CARACTERÍSTICAS: " A BOLA É GRANDE". E ASSIM IR AUMENTANDO, PEDINDO CORES E CARACTERÍSTICAS: " A BOLA AZUL É PEQUENA". 



AGORA, APRESENTAMOS AS AÇÕES. EXPLIQUE BEM O QUE ELAS SIGNIFICAM. VOCÊ PODE COMEÇAR DEVAGAR: " A BOLA PULA", E IR AUMENTANDO AS DIFICULDADES: " A BOLA AZUL PULA", " A BOLA GRANDE CAI", " A BOLA AZUL E GRANDE ROLA". LEMBRE-SE DE TRABALHAR UMA COISA DE CADA VEZ, PARA QUE FIQUE CLARO NA CABECINHA DO ALUNO. VOCÊ TAMBÉM PODE PEDIR  QUE MUDEM A SEQUÊNCIA OU INCLUAM OUTRAS PARTES ( NO CASO A PALAVRA EU): " EU PEGO A BOLA AZUL" .
COM O TEMPO VOCÊ PODE PEDIR COMPLEMENTOS PARA A  FRASE: " A BOLA AZUL E GRANDE PULA...NO MATO".
APROVEITE A IDEIA E TENTE! GARANTIA DE CONSTRUÇÕES MUITO CRIATIVAS!






PRIMEIRAS LEITURAS DE MONTEIRO LOBATO




Introdução
A leitura em voz alta, feita pelo professor, para seus alunos, tem um enorme potencial educativo: permite que as crianças conheçam (ou reencontrem) obras e autores, se encantando, com isso, pelas maravilhas da literatura; apresenta a elas algumas das razões que levam os leitores adultos a ler, ajudando-as na identificação de seus próprios motivos para buscar essa atividade; permite que, no momento da leitura, a sala toda esteja unida em torno das emoções e do prazer que essa leitura desencadeia - como uma verdadeira comunidade de leitores - e que, depois, dela, todos possam trocar ideias e discutir as impressões que tiveram, seus personagens preferidos, os momentos de medo ou suspense, outros finais possíveis etc., conhecendo o ponto de vista de outros leitores sobre a leitura realizada e com isso aprofundando sua compreensão, aprendendo a apreciar outras opiniões e também a fundamentar melhor as suas.
Além disso, a leitura em voz alta, pelo professor, tem a função de possibilitar que as crianças participem da leitura de obras que ainda não teriam autonomia para ler sozinhas. É o caso dos textos de autores clássicos da literatura infanto-juvenil ou da leitura de livros por capítulo.
Essa sequencia didática tem, portanto, o objetivo de apresentar Monteiro Lobato às crianças de 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, por meio da leitura integral de uma obra, O Saci, e de trechos de uma outra, O Picapau Amarelo.

A escolha dos livros
Monteiro Lobato é um autor importantíssimo da literatura brasileira, que dedicou boa parte da sua obra às crianças. A leitura de seus livros, com os personagens do Sítio do Picapau Amarelo, foi determinante para que gerações de crianças se apaixonassem pela leitura. Isso fica ainda mais claro quando temos a oportunidade de conhecer os autores que marcaram a trajetória de leitura dos atuais autores de literatura infanto-juvenil brasileira: Monteiro Lobato aparece na maioria delas.
Por tudo isso, podemos considerar que é papel da escola, hoje, apresentar Monteiro Lobato às crianças e possibilitar que elas vivam, também, a experiência de leitura tão encantadora que sua obra proporciona ao leitor.
Pensando nas crianças de 1o e 2o ano, duas obras de Lobato são excelentes pontos de entrada para o universo de sua obra: O Saci, porque apresenta o sítio e seus personagens em aventuras com elementos do folclore brasileiro, e O Picapau Amarelo, que faz o mesmo, mas com personagens do mundo das fábulas e contos de fada. Nos dois casos, os pequenos têm vários conhecimentos prévios que apoiam esse ingresso no universo literário de Lobato: os conhecimentos do folclore brasileiro, da literatura dos contos de fada e das versões televisivas do Sítio do Picapau Amarelo.

Objetivos
- Conhecer um autor importante da literatura brasileira: Monteiro Lobato.
- Identificar alguns elementos que caracterizam a obra desse autor.
- Ter acesso a textos de boa qualidade literária e compartilhar do prazer de lê-los.
- Participar de situações de intercâmbio de ideias, preferências e opiniões acerca da leitura de obras desse autor.
- Ter a experiência de ler narrativas longas, organizadas em livros por capítulos.

Conteúdo
Leitura.

Anos
1º e 2º anos.

Tempo estimadoDe 2 a 3 meses.

Material necessário
Livros O Saci O Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato.

Desenvolvimento
1ª etapa: Apresentação do autor e dos livros que serão lidos na sequência
Compartilhe com os alunos o objetivo da sequência didática: conhecer um autor muito especial para as crianças brasileiras, que, inclusive, foi o autor preferido de outros autores queridos pelas crianças como Ana Maria Machado, Ruth Rocha. Você pode ler para seus alunos os depoimentos abaixo, em que essas autoras comentam a importância da leitura dos livros de Monteiro Lobato, quando eram pequenas:
Eu tinha adoração por Monteiro Lobato, queria morar no Sítio do Picapau Amarelo. Eu lia aquilo tudo e imaginava Manguinhos sem o mar. Para mim, o Sítio era Manguinhos sem o mar. Em vez do mar tinha um ribeirão, mas o resto era tudo igual. Quando acabei de ler o último livro do Lobato, li e reli, e pensei: "E agora?". Não tinha mais livros dele, pois ele já tinha morrido, não iria escrever mais. Comecei a infernizar meu pai: "Quero outro livro assim, quero outro livro parecido". Então, ele me deu uns livros da Condessa de Ségur, mas eles nem se comparavam aos de Lobato. Era uma coisa meio chata, que não me satisfazia. E continuava a apoquentá-lo: "Quero outro assim, quero um livro que continua". Eu tinha alguma coisa parecida com aquilo que os meninos de hoje têm em relação à Harry Potter. (Ana Maria Machado)

Meu primeiro livro está esquecido hoje: O Garimpeiro do Rio das Garças. Minha mãe trouxe-o para mim. Adorava esse livro. Anos depois, como escritora, fui a uma exposição na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, na Vila Buarque, em São Paulo, sobre Lobato. Comecei a olhar os livros e encontrei O Garimpeiro do Rio das Garças. Era de Monteiro Lobato! Está publicado, mas ninguém fala desse livro. Quando ele fez as Obras Completas, não pôs esse livro, não sei por quê. Arranjei uma cópia, comprei e falei: "Deve ser ruim esse livro, porque ele excluiu". Nada, é ótimo! Acho que pensou que sua obra era só a do Sítio... Esse foi o primeiro livro que li. No entanto, antes de saber ler, minha mãe já lia Lobato para nós. Ela lia muito para nós, leu a obra toda de Monteiro Lobato. Mesmo depois, quando a gente já sabia ler, ela continuava lendo. E a gente adorava. Eu gostava tanto de Monteiro Lobato que chorei quando ele morreu, em 1947. Pensei: "Nunca mais vai ter livro do Lobato". Tinha dezesseis anos e fiquei com saudade dele. Já lia de tudo, lia livro de adulto Hemingway, Steinbeck, e tinha saudade do Lobato! (Ruth Rocha)

(Os depoimentos acima fazem parta do livro Memórias da Literatura Infantil e Juvenil: trajetórias de leitura. Editora Peirópolis, 2009)
Em seguida, pergunte às crianças o que elas conhecem sobre o Sítio do Picapau Amarelo e seus personagens. Vá alimentando a conversa apresentando informações sobre o sítio e também sobre o autor e seu contexto, com informações sobre como era a sociedade no tempo em que viveu, sua profissão, sua atuação como escritor, sua vida etc.

Para que essa seja uma boa conversa, prepare-se com antecedência: você pode encontrar muitos dados interessantíssimos sobre o autor em sites como estes:
Em seguida, apresente os livros que farão parte da sequência: O Saci e O Picapau Amarelo. Explore a capa e a contracapa, compartilhando com os alunos as informações ali apresentadas. Comente com as crianças que primeiro vocês lerão juntos O Saci e depois vão conhecer alguns capítulos do livro O Picapau Amarelo.
Leia, então, em voz alta, o primeiro capítulo de O Saci - "Em férias"-, para seus alunos e, ao final da leitura converse com eles sobre o que foi lido, perguntando como eles acham que seria passar as férias no Sitio, o que eles pensam que poderá acontecer durantes essas férias etc.. Combine que, a partir da próxima aula, você lerá um capítulo desse livro, todos os dias, para sua turma.

2ª etapa: Leitura integral (por capítulos) da obra O Saci
Nessa etapa você vai proporcionar a seus alunos a experiência de acompanhar a leitura integral de um livro por capítulos. Para tornar essa experiência significativa e possibilitar a seus alunos toda a delícia e riqueza que a leitura de uma obra de Monteiro Lobato pode proporcionar, é fundamental que você se planeje para essa atividade.
Antes da aula, prepare-se para a leitura em voz alta, lendo o capítulo e antecipando comentários, ideias, emoções e experiências que essa leitura desperta ou evoca, e que você pode compartilhar com seus alunos no intercâmbio após a leitura.
Na aula, retome com seus alunos os acontecimentos do capítulo anterior e, leia o título do capítulo que será lido naquele dia, levantando com os alunos hipóteses do que poderá acontecer na leitura desse novo capítulo.
Leia com entonação, demonstrando entusiasmo pela história e interpretando as emoções despertadas por ela. Não substitua palavras, nem pule trechos. As crianças são capazes de entender a partir do contexto - e na leitura de obras longas elas, ao mesmo tempo em que se apropriam do universo da história, vão se apropriando também de um universo de termos e expressões que ali aparecem. Combine que as dúvidas poderão ser tiradas sempre ao final da leitura. No caso de dúvidas sobre palavras, volte ao trecho em que elas aparecem e releia para os alunos, discutindo se o contexto da história permite que se descubra o significado provável da palavra. Caso isso não seja possível, informe aos alunos o significado ou combine de fazer a busca, depois, no dicionário.
Terminada a leitura, converse com as crianças sobre o capítulo, as aventuras que ele apresenta, as emoções que desperta. Procure criar condições para que as crianças escutem as ideias umas das outras e troquem opiniões. Para isso, você pode reapresentar para a sala o comentário feito em voz mais baixa por um dos alunos, ou devolver para a sala uma pergunta feita a você... O importante é instituir a prática de troca de ideias e opiniões após a leitura.

3ª etapa - Leitura de trechos da obra O Picapau Amarelo
Terminada a leitura de O Saci, pergunte às crianças o que acharam da história, de seus personagens, do final escolhido por Monteiro Lobato.
Comente com a classe que enquanto no livro O Saci aparecem muitos personagens do folclore brasileiro, em outro livro de Lobato, O Picapau Amarelo, aparacem personagens dos contos de fada, de histórias famosas como as de Dom Quixote e Peter Pan e da mitologia grega. Pergunte a eles o que acham que pode acontecer quando personagens assim participam de aventuras no Sítio.
Para alimentar essa conversa, você pode explorar o índice do livro com as crianças e perguntar que aventuras parecem acontecer ao longo dos capítulos.
Combine que você vai ler alguns capítulos desse livro para que todos possam conhecer um pouco dessas aventuras.
Prepare a leitura em voz alta dos capítulos:
- A Cartinha do Polegar
- Começa a mudança para o Sítio
- Peter Pan e Capinha Vermelha


Após a leitura de A Cartinha do Polegar, explore, na conversa com seus alunos, o que eles acham que poderá acontecer no Sítio quando todos esses personagens, do mundo da fábula, se mudarem para lá; faça uma lista dos personagens conhecidos e desconhecidos; pergunte como eles pensam que Dona Benta irá fazer para que todos tenham suas casas e fiquem bem acomodados; converse sobre se eles acham que Emilia, Narizinho, Pedrinho e Visconde vão se dar bem com todos esses personagens diferentes; pergunte, ainda, qual opinião eles acham que Tia Nastácia vai ter sobre essa mudança.
Registre as ideias dos alunos num cartaz.
Após a leitura de Começa a mudança para o Sítio, retome esse cartaz para ver se a leitura deu alguma pista que ajude a saber se as ideias da classe estavam parecidas ou diferentes das de Monteiro Lobato ao escrever o livro.
Após a leitura de Peter Pan e Capinha Vermelha, discuta com a sala os acontecimentos mirabolantes que aparecem ali. Caso eles tenham dúvidas sobre alguma parte, volte ao texto e releia o trecho em questão, pedindo que todos compartilhem com os colegas como entenderam aquele trecho, contribuindo, você também, com suas impressões.
Em seguida, retome mais uma vez o cartaz e as hipóteses que a classe tinha sobre o desenrolar da história no livro, perguntando aos alunos se mudariam algo daquele cartaz.

4ª etapa - Roda de biblioteca explorando livros de Monteiro Lobato
Para finalizar a sequência, organize uma roda de biblioteca (que pode acontecer na sua sala ou na biblioteca da escola) para apresentar para seus alunos outros livros de Monteiro Lobato que fazem parte do acervo da escola ou da biblioteca pública de sua cidade.
Organize os alunos em roda e apresente os livros um a um, lendo o título, explorando capa e contracapa, mostrando onde fica o índice, compartilhando algumas ilustrações. Combine um tempo para que eles possam explorar, por si próprios, esses livros, orientando os alunos a, num primeiro momento, escolher um livro e observá-lo sozinho, procurando descobrir que personagens aparecem ali e pistas do que acontece naquela história; depois, eles devem compartilhar seus achados com uma dupla. No final, todos voltam a se sentar em roda, para que, aqueles que desejarem, compartilhem com a sala o que descobriram ao olhar os livros.
Nessa rodada de conversa final, procure ressaltar essas descobertas dos alunos. É provável que eles consigam observar que existem personagens que aparecem em todos os livros, como Narizinho, Pedrinho, Emilia, Visconde, Dona Benta e Tia Nastácia, que as ilustrações são diferentes de edição para edição, que existem muitos livros escritos por esse autor etc.
Pergunte a seus alunos o que eles esperariam encontrar num novo livro de Monteiro Lobato, em relação a personagens, lugares, histórias, aventuras e, se possível, disponibilize livros do autor para empréstimo. Assim, seus alunos vão poder continuar a se encontrar com esse autor, criando suas próprias trajetórias de leitura.

Avaliação
Avalie, ao longo das etapas da sequência, se seus alunos estão sendo envolvidos pela leitura, se compartilham suas impressões nas rodadas de intercâmbio de ideias após a leitura em voz alta de cada capítulo e se eles estão mostrando ter uma maior familiaridade com o autor.

Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
Memórias da Literatura Infantil e Juvenil - trajetórias de leitura, editado pelo Museu da Pessoa em parceria com a Editora Peirópolis em 2009.
FONTE: NOVA ESCOLA





ALFABETIZAÇÃO: 6 PRÁTICAS ESSENCIAIS

Conheça as ações para fazer toda a turma avançar, as características das atividades desafiadoras em cada um dos seis tópicos e os equívocos comuns

1 Identificar o que cada criança da turma já sabe
O que é
Avaliar o nível de alfabetização e as intervenções mais adequadas para cada aluno. Antes mesmo de entrar na escola, as crianças já estão cercadas por textos, mas o contato com eles depende dos hábitos de cada família. Assim, uma turma de 1º ano vai apresentar uma variedade enorme de saberes, com estudantes pré-silábicos (quando as letras usadas na escrita não têm relação com a fala), silábicos sem valor sonoro (representando cada sílaba com uma letra aleatória), com valor sonoro (usando uma das letras da sílaba para representá-la), silábico-alfabéticos (que alternam a representação silábica com uma ou mais letras da sílaba) e, finalmente, alfabéticos (que escrevem convencionalmente, apesar de eventuais erros ortográficos). 


Ações
A atividade de diagnóstico mais comum é o ditado de uma lista de palavras dentro de um mesmo campo semântico (por exemplo, uma lista de frutas) com quantidade diferente de sílabas. Com base nela, é possível elaborar um mapa dos saberes da turma e planejar ações (leia o depoimento abaixo). Também vale usar os resultados das sondagens periódicas para informar os pais sobre os avanços de seus filhos.

Os erros mais comuns
- Não usar as informações da sondagem no planejamento. Os dados do diagnóstico devem orientar as atividades, os agrupamentos e as intervenções.


- Não planejar atividades diferentes para alunos alfabéticos e não alfabéticos. Os que já dominam o sistema de escrita precisam continuar aprendendo novos conteúdos, como ortografia e pontuação.
2 Realizar atividades com foco no sistema de escrita
O que é
Criar momentos para que os alunos sejam convidados a pensar sobre as relações grafofônicas e as peculiaridades da língua escrita. A intenção é fazer com que eles investiguem quais letras, quantas e onde usá-las para escrever. Alguns exemplos de perguntas para a turma: a palavra que você procura começa com que letra? Termina com qual? Quantas letras você acha que ela tem? É por meio de reflexões desse tipo que as crianças entendem a ligação entre os sons e as possíveis grafias. Algo muito distinto do que se fazia até pouco tempo atrás, quando vigorava a ideia de memorização. Os alunos primeiro repetiam inúmeras vezes as sílabas já formadas (ba, be, bi, bo, bu) e depois tentavam formar palavras e frases utilizando as sílabas que já haviam aprendido ("O burro corria para o correio", "Ivo viu a uva" e outras sem sentido algum). Só depois de guardar todas as possibilidades, a criança começava a escrever pequenos textos. O pior era que, em muitos casos, o momento da produção nunca chegava.


Ações
Desafiar os alunos a ler e a escrever, por conta própria, textos de complexidade adequada ao seu estágio de alfabetização (leia o depoimento abaixo). No esforço de entender como funciona o sistema alfabético, as crianças vão inicialmente tentar ler com base no que conhecem sobre a escrita e onde ela aparece (cartazes, livros, jornais etc.), utilizando o contexto para identificar palavras ou partes delas. As questões que o professor faz para que a criança justifique o que está escrito e os conflitos cognitivos decorrentes dessas indagações e da interação com os colegas levam à revisão de suas hipóteses.
Os erros mais comuns
- Deixar o aluno escrever sem intervir nem fornecer informações. A criança só avança ao receber ajudas desse tipo do professor.


- Pedir que os alunos copiem textos. Esse exercício mecânico pode, no máximo, ajudar a memorizar.


- Não desafiar os alunos a ler. Procurar nomes em listas, por exemplo, é essencial para entender a lógica do sistema de escrita.
3Realizar atividades com foco nas práticas de linguagem
O que é
Ajudar as crianças a entender como os textos se organizam e os aspectos específicos da linguagem escrita. Mais que enumerar as características dos diferentes gêneros, o importante é levar a turma a perceber as características sociocomunicativas de cada um deles, mostrando que aspectos como o estilo e o formato do material dependem da intenção do texto (por que se escreve) e de seu destinatário (para quem se escreve). "Isso se faz com a produção e a reflexão sobre bons exemplos", diz Neurilene Martins, coordenadora do Instituto Chapada, em Salvador.


Ações
As atividades mais consagradas são a leitura em voz alta e a produção de texto com o professor como escriba. Nas situações de leitura, o docente atua como um modelo de leitor: ele questiona as intenções do autor ao escolher expressões e palavras, retoma passagens importantes e ajuda na construção do sentido. Já nas ações de produção de texto oral com destino escrito (leia o depoimento abaixo), ao propor que os estudantes ditem um texto, ele discute a estrutura daquele gênero, escreve e revisa coletivamente, sugerindo alterações para tornar a composição mais interessante.
Erros mais comuns


- Ler para a turma sem destacar as características da linguagem. Depois de uma primeira leitura completa, é fundamental mostrar as expressões que ajudam a construir a forma e o significado dos textos.


- Explorar apenas as características de cada gênero sem produzi-lo. Conhecer a estrutura não garante as condições para a produção. Aprende-se a ler lendo e a escrever escrevendo.
4 Utilizar projetos didáticos para alfabetizar
Contemplar, na rotina da classe, um processo planejado com a participação dos alunos que resulte em um produto final escrito (uma carta, um livro, um seminário etc.). Esse tipo de organização do trabalho preserva a intenção comunicativa dos textos (informar, entreter etc.), respeitando o destinatário real da produção. Com isso, fornece um sentido maior para as atividades a ser realizadas pelos alunos, já que eles sabem que o resultado final será lido por outras pessoas, além da professora. Nos projetos didáticos, as crianças enfrentam situações e desafios reais de produção. "Com isso, aprendem usos e funções da escrita enquanto aprendem a escrever", explica Cristiane Pelisssari. Uma das principais vantagens do trabalho com projetos didáticos é a possibilidade de articulação entre momentos de reflexão sobre o sistema alfabético e sobre as práticas de linguagem. Outro ponto positivo é a criação de um contexto para a leitura e a escrita: por estarem debruçados sobre determinado assunto, os alunos conseguem ativar um repertório de conhecimentos sobre o tema que estão pesquisando para antecipar o que ler e saber o que escrever (leia o depoimento abaixo).


Ações
Geralmente, os projetos estão relacionados à pesquisa de temas de interesse da criançada. Os alunos são convidados a buscar informações, relacionar conhecimentos, realizar registros, produzir textos e revisá-los. Uma das vantagens dos projetos é que eles proporcionam uma organização flexível do tempo: de acordo com o objetivo que se pretende atingir, um projeto pode ocupar somente alguns dias ou se desenvolver ao longo de vários meses.
Erros mais comuns
- Focar o trabalho excessivamente no produto final. Os alunos aprendem muito mais com todo o processo do que com a chamada culminância.


- Não aproveitar os projetos para refletir sobre o sistema alfabético. Os alunos devem realizar registros e ter atividades de leitura em diversas etapas, articulando o sistema de escrita com as práticas de linguagem.
5Trabalhar com sequências didáticas

O que é
Lançar mão de série de atividades focadas num conteúdo específico, em que uma etapa está ligada à outra. Na alfabetização, as sequências podem ser usadas para focar aspectos tanto da leitura como do sistema de escrita.


Ações
Na leitura, uma opção é ler com as crianças diferentes exemplares de um mesmo gênero, variadas obras de um mesmo autor, textos sobre um mesmo tema ou versões de uma mesma história (leia o depoimento abaixo). A sequência deve estar ligada aos propósitos leitores que se quer aprofundar. Se a ideia é ler para saber mais, a sequência deve contemplar as diversas etapas de pesquisa, da localização ao registro de informações. Se o objetivo é a leitura para entreter, a turma pode avaliar os recursos linguísticos utilizados para provocar suspense, comicidade etc. e criar um arquivo de expressões úteis para as próprias produções. Uma sequência semelhante pode ser preparada para apresentar desafios relacionados ao sistema de escrita. Numa lista de livros de bruxa, por exemplo, a garotada pode ser convidada a criar um título que tenha palavras específicas (como "a bruxinha malvada").
Erros mais comuns
- Prever atividades sem ligação ou continuidade. Uma atividade deve preparar para a outra. Pode-se, por exemplo, começar lendo uma versão tradicional de Chapeuzinho Vermelho e terminar com uma carta do Lobo a Chapeuzinho.


- Não ter clareza dos objetivos da sequência didática. É fundamental ter em mente o que se quer ensinar e o que deve ser avaliado.
6Incluir atividades permanentes na rotina

O que é
Prever atividades diárias para colocar os alunos em contato constante com determinados conteúdos importantes para conseguir ler e escrever de forma convencional. "No caso da escrita, o domínio do sistema alfabético requer sucessivas aproximações e tentativas de escrever adequadamente", afirma Neurilene Martins. Outro foco é a aprendizagem de procedimentos e comportamentos leitores e escritores: por onde e como começo a ler? Como tomar pequenas notas na hora de pesquisa? Como expressar preferências literárias e trocar informações sobre os livros? 

Ações
Em termos de escrita, destaque para listas, textos de memória (como parlendas e poemas) e atividades com o nome próprio e os dos colegas de classe e com a troca de recomendações literárias. Quando se trata de ler, a possibilidade mais consagrada é a leitura diária feita pelo professor em voz alta de textos variados (leia o depoimento abaixo).

Erros mais comuns
- Não propor atividades com foco no sistema de escrita. É fundamental incluir atividades permanentes que levem a pensar sobre as relações grafofônicas.


- Insistir na leitura de um único gênero textual. As crianças precisam ter contato e familiaridade com uma variedade grande de textos para que consigam se comunicar por escrito em diferentes situações.
FONTE: NOVA ESCOLA





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